quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Bom dia! Pro dia!



“Bom dia, dia!”
Às vezes me pego pensando o quão maravilhoso é acordar com um sorriso. Ou melhor, uma gargalhada inocente!
Tantas pessoas já acordam carrancudas, xingando o coitado do relógio que não tem culpa por ter sido programado para tocar tão cedo, já tropicando no chinelo e mais uma vez proferindo palavras “gentis”.
E nesse turbilhão de bom humor matinal, nada parece satisfazer.Se está sol é porque está sol, se está chuva é porque está chuva, o café doce demais ou amargo demais.Nesse vai e vem nem se quer um bom dia foi dado a companheira, que por muitas vezes cedeu um pouco dos seus preciosos minutinhos a mais de sono para preparar um café ou, até mesmo, o companheiro que deixou um bilhetinho carinhoso de bom dia sobre a mesa.
E segue-se a correria, trânsito, atraso no trabalho, chefe chamando atenção pelo atraso... Um dos famosos dias em que você para e pensa: “Devia ter ficado na cama antes que o mundo desabasse na minha cabeça”.
(Sabe, não sei nem porque estou escrevendo sobre isso, mas sei que alguém que precisa vai ler.)
Essa inquietude, essa ansiedade das grandes metrópoles tem acabado com a coisa mais simples e impagável que um ser humano pode ter: “A Paz de espírito”.
Falo isso pois há quase um ano que sofro (Leia-se sofria, pensamento positivo é tudo) de uma depressão e síndrome do pânico que me pegou de surpresa. De uma hora para outra comecei a não querer mais sair de casa, ter choro constante, taquicardia, falta de ar e todos os sintomas de um ser estressado que, por anos, carregou muitas situações sozinha. E tinha como forma de suprir essa agonia tamanha ser grossa, estressada, um ser sem paz. Precisei de médicos e remédios dos mais variados possíveis. Porém o que mais pesava era saber que eu dependia de alguém, que eu mal conseguia sair na porta de casa. Para alguém que sempre foi auto-suficiente isso é a morte! Sofri muito e achei que não suportaria. Mas Deus sabe o que faz, e nessa fase de introspecção comecei analisar minha conduta e ações ao longo da minha vida, ler livros, buscar ajuda.
Hoje descobri que, antes de tudo, vale muito a pena viver. Ainda que o mundo desabe em nossas cabeças, lá estará um anjo para curar as feridas. Entendi que existem situações que precisamos passar, que muitas vezes são consequências das nossas ações e que um simples gesto pode fazer com que elas sejam fatais. Minha mãe que dizia: Quem planta vento, colhe tempestade!
Transformei-me interiormente! Atualmente consigo ver mais beleza nas coisas. Consigo esperar mais. Nem tudo é na hora que nosso ser impaciente quer. O universo conspira para que tudo aconteça na sua hora. É como um rio que tem um percurso a seguir. Ele não muda, apenas encontra pedras, arbustos e tantos outros obstáculos. Mas no fim deságua no mar e se torna livre, solto. Juntando-se a outras marés, ora boa, ora tempestiva, ora ainda mar calmo feito um manto de serenidade.
Se pararmos mais, se respiramos mais...
Se falarmos menos, se ouvirmos mais...
Se sorrirmos mais, ainda que a lágrima venha a face...
O universo projeta uma energia, uma luz clara e branda que certamente acalantará seu dia.
Sendo assim, ao despertar, abra a janela do seu quarto e contemple o dia. Seja qual paisagem for, mentalmente diga: Bom dia, dia!!! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário